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01/07/2013

Entrevista para TudoRádio.com


Terça-Feira, 28 de Dezembro de 2010 @ 00:00

Leonardo Muller


 
Tudo bom Leonardo? Quero te agradecer por nos ter recebido aqui nos estúdios da Jovem Pan. Muito obrigado.

Tudo bem Rodrigo. Muito prazer em te conhecer e falar com vocês. Sempre acompanho o site Tudo Rádio e fico lendo as notícias do rádio por lá.
 
Que legal! Então, aproveitei que participaria de uma premiação aqui em São Paulo e falei: \\\"preciso encontrar o Leonardo pra gente conversar\\\". Recebi alguns muitos emails pedindo a sua entrevista aqui no site querendo saber um pouco mais da sua vida profissional como sendo a voz padrão da Jovem Pan 2. Como é que começou a sua carreira?

Cara, começou bem lá atrás. Apesar de eu ser novo, no \\\"rádio profissional\\\", não faz muito tempo. Mas na verdade, eu já nasci no rádio. O meu pai trabalha em rádio há 34 anos já. É o Roberto Muller que faz o jornal na Jovem Pan AM. Sempre vivi o rádio e tal e ia com meu pai, conhecer as emissoras. Pedia para ir trabalhar com ele e ficar deitado no carpete da rádio dentro do estúdio. Quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, meu pai montou uma rádio pirata em casa. Existia aquela febre de rádio pirata e ele tinha um sonho de ter uma rádio e batalhou. Aquela idéia: \\\"Ah, quem sabe não legalizam depois e tal\\\". Ele montou a rádio e eu fui lá trabalhar com ele. Comecei a aprender tudo. Desde de aparelhagem, comprar a mesa de som, mixer, comprar aparelho de CD, cabo, plugs, antena, torre, enfim, fui atrás de tudo com ele. Transmissor, bota ... e aprendi toda a parte técnica com ele. Sabe como é, moleque aprende rápido as coisas e eu já gostava, imagina. Eu ia com ele na Santa Efigênia – um bairro paulistano dos eletrônicos – e um monte de outros lugares. Beleza. Meu pai montou a rádio e disse que eu seria o operador. Eu fiquei deslumbrado: \\\"Nossa, o que será que é ser operador?\\\" Ele tinha uns amigos que trabalhavam em rádio como operador e sonoplasta e que começaram a me dar uns toques pra não deixar estourar o som, usar os BGs sem abaixá-los de uma vez, tinha que ser devagarzinho e com isso ia pegando as manhas da parte técnica. E estava gostando demais. Aliás, era a minha diversão em casa. Descia as escadas e a rádio estava lá me esperando. Montava e desmontava o estúdio e foi nessa que me tornei sonoplasta, com 12, 13 anos.
 
O que você fazia antes? Só estudava?

Só estudava.
 
Não trabalhava ainda?

Não. Não trabalhava. Depois desse meio tempo, eu fui trabalhar. Fechou a rádio do meu pai, durando um ou dois anos, sei lá, e fechou. Não dava. Ele trabalhava em quatro rádios na época e não dava pra ele mantê-lá ao mesmo tempo. Não vendia comercial – o grande problema de toda rádio pirata – não rende e os caras querem pagar muito pouco e você não consegue pagar ninguém com tão pouco pra trabalhar. Eu lembro que eu saí, a rádio acabou e nesse meio tempo, meus amigos montaram uma outra rádio pirata e lá na verdade, foi onde eu comecei a falar. A “locutar” mesmo. Mas assim, falei e parei depois. Eles me comparavam muito com meu pai, achavam nossas vozes bonitas, também parecidas e diziam que eu tinha que ser que nem ele e eu achava que não sabia falar em rádio. Só que lá eu fazia um horário. Ainda bem que não deve ter nada disso gravado. (Risos) Eu fazia das 2 as 6 da tarde o programa. Eu ia pra um curso que eu fazia na Pompéia - que era longe da minha casa – das 7 ao meio-dia. Pegava metrô e voltava correndo. Nem almoçava, chegava na rádio pra fazer das 2 as 6. Operava e falava nessa rádio pirata e tal. (Risos) Nossa, era ridículo, meu! Mas fazia lá esse horário. Era muito ruim, cara. Eu não tinha noção nenhuma. Ainda bem mesmo, que não tem nada disso gravado. (Risos) Depois saía da rádio, voltava pra casa pra tomar banho, jantar e ia pra escola. Eu estudava de noite na época. Só que na verdade, eu quase que não ia pra escola, por que eu voltava pra rádio e ficava batendo papo com um amigo meu que fazia um outro programa. Era uma molecada apaixonada pelo rádio. Mas infelizmente não deu certo, eu arrumei um emprego onde iam me pagar, por que eu não ganhava nada pra fazer rádio e falei: \\\"preciso ganhar um dinheiro\\\". Fui trabalhar não no meu primeiro emprego, mas o primeiro emprego onde me pagavam pra trabalhar. Foi como repositor do Coga Coto Peças na parte do atacado. Arrumava prateleiras lá, mas era horrível, por que fiz um curso de office boy e trabalhava carregando caixas nas costas pra lá e pra cá. Tinha uns 15, 16 anos e pensava: \\\"Putz, não era isso que eu queria fazer, meu Deus.\\\" Então, eu lembro até hoje, o meu pai um dia chegou em casa a noite, ele trabalhava na rádio Imaculada Conceição lá da rede Milícia Sat, e ele falou comigo que tinha conversado com o frei que era dono ou diretor da rádio e também o Ademir, um dos manda-chuvas, pra que eu pudesse ir lá falar com eles sobre uma vaga de sonoplasta. Eu tinha acabado de fazer 16 anos, em outubro de 1997 e eu fui lá com a minha mãe que meu deu uma carona e sentou do lado do diretor da rádio pra ouvir a proposta. Era tudo meio que muito família. Meu pai já trabalhava lá e era uma rádio católica e tal. Me disseram que ia aprender e descolei um horário muito bom; das 1 as 5 da tarde. Aprendi todos os horários e de todos os estúdios. Tanto pra gravar os bispos lá, que era só abrir um canal e fechar outro, depois aprendi um outro estúdio da rede, a mexer em computador que eu nem sabia direito, pois entrava na internet de vez em quando, moleque brincando. Então, não tinha muita noção. Com o tempo fui mexendo no Cool Edit, Sound Forge, o Vegas veio depois, aprendi antes o Quick Walk e o Sonar. Fui ficando lá na rádio, me deram um horário melhor, mas sempre ganhando mal, por que a rádio pagava mal, mas fiquei 5 anos na rádio Imaculada. Trabalhei de 99 até 2005 e nesse meio tempo também, quando eu estava quase que saindo de lá, o Ademir pedia pra eu gravar uns negócios e a Betinha que era a minha amiga da discoteca, colocava pilha: \\\"Não, grava aí. Seu pai tem a voz bonita e você tem que gravar também\\\". Mas eu tinha a maior vergonha de gravar. Eu achava que meu pai era o locutor e eu não. Eu sou sonoplasta e tinha que fazer um curso de engenheiro de som pra me dar bem na área de som. Modéstia parte, eu me considerava um bom sonoplasta. Aí eu fiquei nessa, cara. Fazia as vinhetas principais, as chamadas, por que me inspirava nos medalhões todos, mas saí de lá pra vir pra Jovem Pan. Nesse meio tempo, estando na rádio Imaculada, eu aprendi muita coisa lá, fui cobrir férias na Gazeta AM por quatro vezes, fiz noite, tarde e dia, trabalhei na rádio ABC fazendo férias também, tudo como sonoplasta.
 
Em que ano foi?

Foi 2003, 2004. A rádio ABC foi um pouco antes. 2002 mais ou menos. Então, saí de lá pra Jovem Pan onde começa a história principal de tudo, por que eu não era locutor, quero lembrar isso, eu não sabia falar em rádio. Tinha um ouvido bom, por que já era sonoplasta, conhecia de rádio, mas não sabia falar, não treinava e não fazia isso nunca. Meu pai como locutor me dava uns toques e tal, mas eu não queria ser locutor. Então, um dia eu vim aqui na Avenida Paulista, o rádio do meu carro tinha quebrado e eu ia levar na assistência técnica mas deveria entrar meio-dia na Gazeta, pois estava cobrindo férias por lá. Estava meio apressado e com medo de perder o horário, fui levar o rádio lá na Cruzeiro do Sul na zona norte e vim aqui pra Paulista. Cheguei dez e meia na Gazeta e como entrava meio-dia, atravessei a avenida e vim na Pan bater papo com meu pai. Conversando com o meu pai e fumando no corredor, o Seu Tuta, chamou o meu pai e eu fiquei lá fumando um cigarrinho. Mas ouvi a conversa na qual o Seu Tuta dizia para o meu pai, que precisava de um locutor. Um cara mais jovem e que tivesse uma voz mais pesada pra fazer o Plantão Esportivo. Na época, o Everaldo Marques, que era repórter da Jovem Pan AM estava saindo e indo pra TV Cultura e o Felipe Motta que era o Plantão Esportivo ia pra F1 no lugar do Everaldo Marques que cobria o segmento no AM. Ia precisar de um Plantão Esportivo, mas com um cara que tivesse a voz mais legal e tal e do nada, não sei o que deu na cabeça do meu pai, disse: \\\"O meu filho está aí. Ele tem a voz muito bonita\\\", apontando pra mim. Seu Tuta então, pediu um piloto pra conhecer a minha voz. Achei que meu pai estava louco de mandar um piloto meu para o patrão, pois nem locutor eu era e meu DRT, somente de sonoplasta. Meu pai nem aí falou: \\\"Não, grava lá e valoriza o grave\\\" e eu dizia que não ia dar certo. Mas acabei indo e me deram um texto de futebol italiano, francês e um monte de nome que eu nem conhecia. (Risos) Hoje a gente está mais acostumado, mas na época eu não era ligado nisso. Então, entrei no estúdio e gravei tremendo, o papel tremia na minha mão, com o Aloísio Mathias o meu primeiro piloto na Pan. Saí do estúdio estava o Zé Pereira e o Seu Tuta e ele disse que tinha ouvido o piloto. Achou minha voz bonita mas, um pouco crua de tudo. Queria que eu treinasse, fosse me ouvindo, gravasse e fosse me ouvindo pra que quando eu estivesse melhor, fosse para o ar. Mas fiquei naquela: \\\"Será que ele me contratou ou não?\\\" Ficou o dito pelo não dito. Tá, no mesmo dia, fui correndo fazer a Gazeta e fiquei pensando que deveria fazer um curso de rádio no Senac ou qualquer outro. Fui no Senac mas não consegui, pois tinham que fechar a turma, não sei, e na RádiOficina o curso era caro pra caramba pra mim. 2 mil reais e pouco e achei que tinha ferrado tudo. Não tinha dinheiro e ganhava muito mal. Liguei para o meu pai e disse que não daria devido o curso demorar uns seis meses e outra que eu não tinha dinheiro pra bancar. Ganhava por exemplo, 1 mil reais e 500 ia pra prestação do carro. Como que faz? O resto era pra gasolina. Meu pai então, disse que agradeceria o Seu Tuta e achei bom também, pois a minha idéia era pular fora mesmo, por que não queria fazer locução. Meu pai chateado, explicou tudo para o patrão o que estava acontecendo e agradeceu a oportunidade, mas o Seu Tuta interessado, queria saber o valor do curso e quanto tempo duraria. No fim, como ele acabou gostando da minha voz e achava que eu tinha talento, pagou todo curso pra mim. Fiquei todo feliz como o meu pai também. No outro dia, vim aqui agradecer ao Seu Tuta o investimento, mas já sabia que a responsabilidade só aumentaria. \\\"Poxa, Seu Tuta. Muito obrigado, Estou até sem palavras\\\" aí ele me disse que \\\"as palavras que eu usaria para agradecê-lo que fossem guardadas pra usar quando fosse entrar no ar aqui,\\\" Bom, a partir daí, eu acho que devo tudo ao Seu Tuta. Tudo. Eu acho que ele que me colocou no rádio. Teve sim lá trás, o meu pai que tentou me empurrar e eu não queria ir, o Ademir Vesqui na Imaculada que me colocou algumas vezes pra falar separando texto pra eu gravar – \\\"não, esse texto é para o Leonardo\\\" – o texto já vinha com o meu nome e eu não era locutor, mas gravava mesmo assim, só que o empurrão pra minha carreira hoje, que está começando e que espero, tenha muita coisa pela frente, foi o Seu Tuta que deu. Daí em diante comecei na Jovem Pan AM, comecei a falar por aqui, terminei o curso e ele me pediu que gravasse outro piloto, pra ouvir como eu tinha ficado. Isso foi em fevereiro de 2005 quando comecei o curso e terminei em julho. Em julho, gravei outro piloto, ele achou que tinha melhorado, eu não achei que tinha melhorado nada. Sempre fui muito crítico comigo mesmo e não via nenhuma diferença. Ele me pediu então, pra ficar treinando, lendo os textos do jornal. Nesse período, eu saí da rádio Imaculada, tinha um horário e agora tinha que trabalhar aqui. Comecei a gravar na Jovem Pan as 15 e saia as 18h. Mas eu só ia pra gravar um boletinzinho curto de dois minutos que ia ao ar na madrugada em um programa que a Ilda Costa apresentava. Eu não lembro o nome do programa agora. Tinha dica de teatro, dica cultural. Eu me ouvia, por que na época nas madrugadas eu cobria férias na Gazeta com o Edimir Rabelo e eu comentava com ele: \\\"Pô, daqui a pouco eu vou entrar falando na Jovem Pan\\\". (Risos) Caramba! Eu ao invés de ouvir a rádio que estava operando, a Gazeta AM, sintonizava a Jovem Pan lá no receiver pra eu ouvir. O Edimir vinha correndo pra ouvir e perguntando se era eu mesmo que estava falando. Lógico que era eu mesmo! (Risos) \\\"Poxa, você está bom, hein Mullerzinho\\\". Ele me chamava de Mullerzinho. Essa fase passou. Fiquei gravando acho que uma semana, um mês, só a madrugada e o Seu Tuta disse que eu teria agora um horário. Eu entrava as 15 e saía as 20h. Na época o Narciso Vernizzi tinha morrido. Tinha acabado de falecer o Narciso Vernizzi que fazia o \\\"Homem do Tempo\\\" e tal ...
 
... inclusive eu fiz uma entrevista exclusiva com o filho dele, Sérgio Vernizzi que está trabalhando em Uberaba ...’

... ele está trabalhando em Uberaba?
 
Sim. Na rádio Sete Colinas AM 1120.
Então, na época a Jovem Pan criou a vinheta Instituto Jovem Pan – Narciso Vernizzi informa. Aí entrava a Previsão do Tempo. Eu não tinha nada pra fazer aqui na rádio, não tinha encontrado aonde ele ia me encaixar. Nisso o Plantão Esportivo já tinha sido esquecido. Enquanto eu fazia a RádiOficina nesses 5 meses, eu ia na Jovem Pan todo fim de semana e ficava atrás do Milton Neves, só olhando o Felipe Motta fazendo o Plantão Esportivo, pra fazer depois. Mas eu nunca fiz o Plantão Esportivo. Eu vim durante um tempo, depois não precisou vir mais e até o Milton Neves me enchia dizendo: \\\"Pô, você não vai entrar no ar aí\\\", mas o Seu Tuta tinha dito pra eu ficar apenas olhando só. Ele foi me colocando aos poucos e não me queimou em momento nenhum. Ele foi esperando o meu tempo certo de entrar e comecei a fazer a Previsão do Tempo. Entrava só a vinhetinha, Instituto Jovem Pan, Narciso Vernizzi informa. Nessa entrava eu: \\\"Neste momento, São Paulo tem 21 graus, nuvens esparsas\\\" e a vinhetinha de saída. Deveria entrar de meia em meia hora, mas como não era uma coisa tão importante e tinha algo mais importante pra entrar, eu ficava sentado lá com o papelzinho do tempo na mão esperando entrar de meia em meia hora. Graças a Deus, isso também não durou muito tempo. Durou uns dois meses. Quando foi em setembro ou outubro, eu estava sentado dentro do estúdio um dia, seis e pouco da tarde, o Palhares que é o coordenador do jornal, entrou e disse que o Zé Pereira tinha pedido pra eu apresentar o jornal. Achei que ele estava brincando e tal, por que ele vivia me enchendo, mas resolvi não contrariar o Zé Pereira e fui fazer o jornal, eu e o Franco Neto. Foi a primeira vez, que eu apresentei o jornal na rádio. Foi a primeira vez que eu disse \\\"Repita\\\" e foi difícil, (Risos) por que Franco Neto, sei lá, 50 anos de locução, sabe como é. Dava um frio na barriga.
 
Era ele que fazia o Repita?

É. Então, na verdade eram várias as vozes que faziam o Repita. Quase todos os locutores da Jovem Pan fazem o Repita. Sempre é a segunda voz, que faz mais o Repita, por que o primeiro dá a hora, o segundo fala o Repita e o primeiro repete a hora. Então, quando estou no ar com o Franco Neto, ele dá a hora, eu o Repita e ele novamente diz a hora. Com meu pai a mesma coisa, o Freitas também. É pela ordem de chegada. Como eu sou o mais novo, vim depois. Depois de mim, vieram outros, mas não ficaram. Na verdade, eu sou o mais novo, quando estou com todo mundo. O Freitas já está há 30 anos no ar, o Oliveira e meu pai uns 20 e poucos, Franco Neto uns 30 e poucos, o David deve estar com os seus 10, 15 anos, sei lá. Todos nessa faixa mais ou menos e eu indo já pra 6 anos na rádio. Eu sou o caçula.
 
Você me mostrou alguns vídeos com seus trabalhos aqui na rádio Jovem Pan e um dos que mais acabaram me emocionando, foi ver você e seu pai juntos. Eu que não faço parte da família de vocês, me emocionei e acho que o seu pai deve ter tido o maior orgulho de dividir os microfones com você, não é verdade? Como que foi esse momento pra você?

Então, primeiro foi ruim, por quê? É estranho falar assim, mas meu pai já ficava emocionado, desde quando eu trabalhava com ele na rádio Imaculada, onde eu era somente o sonoplasta. Ele fazia, apresentava o programa do outro lado do vidro e eu operava ele de cá. Na abertura, ele fazia a ficha técnica do programa e falava: \\\"Trabalhos técnicos, Leonardo\\\". Ele dava um puta ênfase e tal, \\\"pô meu filho\\\" e eu tremia do outro lado, quando era o meu pai que apresentava o programa. Mesmo assim, eu já achava isso legal pra caramba. \\\"Poxa vida! Meu pai ali do outro lado e tal\\\" e todo mundo dizia: \\\" Que bacana! Pai e filho hoje?\\\" e isso era o começo lá trás, na rádio Imaculada, em 99, 2000. Eu tinha 16 pra 17 anos. Quando eu vim pra Jovem Pan, cara, eu achava que iria fazer o Plantão Esportivo. Não passava pela minha cabeça que fosse trabalhar com o meu pai, embora ele me desse vários toques. Eu tenho um gravadorzinho ruim até hoje, com algumas gravações de textos com meu pai me ajeitando pra falar e errar menos no ar, por que não podia. Me dando mesmo, uns toques de locução, por que sempre me espelhei nele e vou me espelhar. Não é por que é meu pai, mas ele é um grande profissional e outra que a gente tem que aprender com quem já sabe. Eu não me lembro da primeira vez que fiz junto com ele. Eu devo ter ficado tão nervoso que sumiu da minha memória. Mas cada vez que faço com ele ... putz, no começo, eu não gostava, mas hoje eu já estou me acostumando com a idéia. Eu me sentia inferiorizado, me sentia menor, por que é meu pai, cara. Achava que isso era pra ele fazer e me sentia invadindo um espaço que era só dele. Mas ele falava que isso, locução, ia ficar pra eu agora, por que ele já estava se aposentando e eu era a nova geração chegando. É legal hoje, quando o âncora do jornal diz \\\"Vamos as manchetes de hoje, nas vozes de Roberto e Leonardo Muller ou Roberto Muller e Leonardo Muller\\\". Na verdade eu não tenho Muller no nome. Do meu pai, eu só tenho o Cardoso, mas na rádio Imaculada, já falavam que eu tinha que colocar o sobrenome do meu pai também. Coloquei, vai. Uma homenagem a ele, quem sabe um dia eu mude, sei lá, ou não também, enfim. Para o meu pai, ele não pode ver eu fazendo uma coisa diferente, nova, uma nova conquista, que acaba chorando. Ele fala com orgulho pra todo mundo: \\\"Pô meu filho Leonardo, tá na Pan junto comigo. Fazemos o jornal juntos hoje. Ele tá gravando pra caramba e crescendo na carreira\\\". Ele adora falar essas coisas, afinal de contas, é o filho dele. (Risos) Continuam os mesmos toques e as broncas de sempre, tipo \\\"óó tá muito pra baixo, tá muito lento\\\", então a relação de pai e filho, é profissional ao mesmo tempo, né? Já rolaram algumas brigas no estúdios, mas não dá pra ser pai toda hora. Aqui é mais profissional, não dá pra ficar misturando. (Risos)
 
Você ainda não tem filhos, mas gostaria que eles seguissem a carreira do pai e do avô no rádio e que pudesse encaminhá-los assim como o seu pai ti encaminhou na sua carreira?

Então, comigo foi assim, meu pai nunca me empurrou para o rádio. Assim, mesmo que involuntariamente, com 13 anos comecei a gostar e fui indo aprendendo, mas eu podia ter escolhido qualquer outra coisa na vida pra fazer. Não precisava trabalhar em rádio.
 
Você já pensava ou pensou em fazer outra coisa sem ser rádio?

Nunca pensei, por que eu quando era moleque, quando estava nessa idade de pensar, foi quando eu comecei em rádio. E daí era só o que eu sabia fazer. Gostava de mexer com som, queria ser DJ, comecei a tocar, mas vi que não levava muito jeito e tal. Até aprendi a tocar e tudo, mas fui indo com o rádio e não foi assim por que eu queria. Eu comecei numa rádio, depois fui pra outra e pra outra e apareceu a Jovem Pan e eu fui ficando e nisso, já são 11 anos de rádio quase. Desde a rádio Imaculada em 99, até hoje na Jovem Pan em 2010 e estou com 27 anos de idade. Se eu for contar a época de rádio pirata, dá mais, mas eu não incluo esses tempos não. Eu conto a partir da primeira vez que eu entrei numa rádio profissional até hoje. São 11 anos e falando, quase 6, mas não sei se seria outra coisa, cara. Eu acho que não. Eu gosto de fazer isso e é o que eu sei fazer. Pelo menos eu tento saber. (Risos) Estou aprendendo ainda, mas é a única coisa que eu tenho um certo domínio hoje. Agora meu filho, eu não sei. Não sei ... ainda não tenho e não penso em ter um filho, mas ele é que tem que decidir. Isso aí, acho que a gente não escolhe, por que é o futuro da pessoa, o que ela vai se identificar o resto da vida. Profissão é uma das coisas mais importantes depois de família e tal. É o que você vai fazer na vida e irá ti dar dinheiro pra sobreviver ... Então, deixe ele escolher. Pode ser que ele goste do mesmo ramo da gente, mas acho que vai acabar não sendo. Para o meu já seria uma maravilha. Meu sobrinho já gosta, brinca com o fone de ouvido, começa a falar e meu pai já diz que o menino leva jeito. Mas ele gosta, por que vê uma família de radialistas e você acaba virando referência para o moleque. Aí depende depois do que ele quer fazer, tem que tá no sangue. Eu acho que muita coisa no rádio tem que tá no sangue. Meu pai por exemplo, não teve ninguém na época dele que trabalhava com rádio. Ele gostava de rádio e costumava dizer que falava por um lado da mangueira e ouvia de outro. Então, foi por ele. Apareceu para um teste na rádio América em 76 acabou passando e começou a fazer um programa. Na época dele era um pouco mais fácil, essa entrada no rádio, na profissão. Hoje é mais difícil, tem muito mais gente e no fim, tava mesmo no sangue e o DNA veio comigo também, tanto que a voz é muito parecida. Hoje em dia o rádio é a minha vida. Eu passo 12 horas aqui dentro quase e quando não estou aqui, meus amigos a maioria são do rádio e você acaba ficando ali no meio mesmo.
 
Você falou que seus amigos são do rádio e eu queria uma opinião sua se você acha que hoje em dia para o profissional do rádio conquistar o sucesso na carreira, ele tem e precisa estar em São Paulo que é um grande centro radiofônico?

Então, historicamente todo mundo sabe que é real isso que você falou. Qualquer um que você for perguntar, vai te dizer a mesma coisa. São Paulo é o lugar? É. Por que as melhores rádios estão aqui e proporcionalmente os melhores salários. Mas melhores salários não quer dizer que o radialista de São Paulo ganhe bem, por que nós sabemos a realidade do rádio hoje. Ninguém ganha bem. É difícil um radialista que ganha bem. Salvo, um ou outro e tal, mas o objetivo de todo locutor, eu acho, não sei se do Brasil todo, mas de grande parte, é vir para São Paulo ou Rio. Mas é São Paulo. Então, tem o cara que trabalha lá no interior. Na rádio do interior, o piso salarial é menor, a infra estrutura da rádio do interior é menor, a qualidade dos profissionais as vezes é um pouco inferior, então, para o cara vir pra São Paulo, ele vai aprender muita coisa. Mas tem muito cara bom também no Paraná, no Sul, tem muito locutor bom. Rio de Janeiro também. Você ouve muito locutor bom por aì, melhor dos que estão no ar por aqui em São Paulo. Meu pai sempre me diz isso e no Sul do país, é onde sempre saem os melhores locutores. Mas São Paulo é o pólo, centro financeiro e tudo mais. Onde as maiores rádios estão aqui, as cabeças de rede estão aqui e é aí que está a real da coisa toda. É que eu acho errado rede. Sim, é legal por um lado que você fala para um Brasil todo, mas é ruim por que você toma o emprego de muita gente também. Toma sim, o emprego de muita gente. Eu sempre fui contrário a isso de rede. Tudo bem que eu falo daqui e me ouvem lá no Belém do Pará ou sei lá onde, mas do outro lado é ruim, por que tem um monte de cara precisando do emprego lá, que também não ganha tão bem assim, que perde o emprego, por a gente estar fazendo o trabalho dele lá. Para o dono da rádio lá é fácil, pegar o satelitezinho ligar e transmitir e a gente aqui em São Paulo, não ganha por isso. É aí que tá. A gente fala pra cento e poucas rádios aqui e a gente não ganha por isso. Que fosse 1 real por rádio, já seria bonito, mas não ganha. Então é assim, São Paulo é o lugar, mas já está difícil por estar muito saturado o mercado. Acho que não só aqui. Mas também, o mercado nunca está tão saturado, pra quem é bom, pra quem tem talento. Eu acho. Existem 300 caras com piloto lá na fila e tal, existe o outro que foi indicado também, tudo bem, tem o cara que é bom, mas não tem indicação nenhuma de ninguém. Existe tudo isso sim, mas o cara que é bom mesmo, vai se destacar numa fila de 500 outros caras, entendeu? Não existe essa de acreditar que há sempre \\\"panelinha\\\" e tal. Que tem muita indicação também, eu prefiro não acreditar nisso não. Sempre tem e haverá espaço, pra quem é bom, em qualquer profissão. Eu digo bom, mas sempre é difícil dizer o que é bom pra cada um. Um bom locutor, as vezes é bom pra mim, mas não pra você. Mas sempre tem espaço para aquele de pique legal, que fala bem, grava bem e outra é que tudo se renova. Os mais velhos vão \\\"tirando o time de campo\\\", outros vão morrendo e lacunas vão sendo abertas e preenchidas. São abertas e preenchidas. É a vida mesmo. Essa é a hora da renovação do rádio. Tá todo mundo percebendo, que muita gente nova está chegando. Algumas, até de outros centros, de outros lugares, até muito longínquos inclusive, que chegaram e estão agora aparecendo por aqui no rádio. É difícil ter cara novo e bom, por que está aprendendo, que nem eu assim, mas a gente tá aprendendo e uma hora ficaremos maduros, no ponto certo, entendeu?
 
Você acha que se não fosse o seu pai te indicando, estaria no patamar que se encontra hoje?

Dificilmente eu teria entrado na Jovem Pan. É aí que tá. Eu não gosto de acreditar ... no começo eu tinha alguns grilos com isso, por que todo mundo falava de indicação e tal, hoje nem ligo mais pra isso também, não dou ouvidos para o que falam e pensam ... mas concordo sim, que a indicação do meu pai me ajudou demais, naquele dia em que fumando no corredor aqui da rádio, Seu Tuta chamou meu pai dizendo precisar de um cara mais jovem. Mas gosto de acreditar também, que se o Seu Tuta tivesse ouvido o meu piloto e não gostado, eu não estaria na rádio até hoje. Então, foi o pontapé inicial. Eu tive sorte claro, de entrar aqui na Jovem Pan, de fazer o Jornal da Manhã. Eu tenho 27 anos hoje e comecei com 23 apresentando com meu pai inclusive, coisa que eu acho meio que inédito no rádio, pai e filho apresentando um jornal. Lógico, que por minhas próprias pernas, vindo bater na porta e pedir uma oportunidade, talvez eu não conseguisse e outra que não teria coragem de vir sozinho na cara dura, sei lá. Meu pai abreviou um pouquinho isso tudo. Foi fácil sim, admito, mas tem toda uma responsabilidade de fazer e fazer bem feito, por ter um pai na profissão e que ti indicou pra aquilo ali também. Há a pressão e a comparação junto, mas graças a Deus, eu tenho me saído bem e o que me ajuda, é que gosto muito de fazer o que eu faço. Acho que é isso. Eu gosto muito de fazer o que eu faço. É a única coisa que eu sei fazer, como eu ti disse antes, sabe? Agora estou fazendo jornalismo, por que todo mundo tem que fazer uma faculdade e tal, tem que se informar, mas eu gosto mesmo é de rádio, falar no rádio, fazer comercial. Eu gosto de falar, apesar de não ser em público. (Risos) Enfim, modéstia a parte, se não fosse pelo meu pai, eu talvez não estivesse aqui, mas se não fosse um pouco do meu talento, eu também não teria ficado aqui, muito menos, gravando para o FM e para outras rádios que eu gravo. Eu tive sorte, mas graças ao talento que Deus me deu também. Com sorte, mas sem talento, não funciona. Eu costumo dizer que tudo isso, é o que eu faço e não o que eu sou. Você não tem que mudar o seu jeito de ser, por que está trabalhando na Jovem Pan ou lugar xis. É legal, mas eu não sinto toda essa vibração de quem está de fora. Esse glamour todo que vêem. Tem uns caras que entram no MSN e te tratam como se você fosse um ... sei lá o que. \\\"Nossa, você que é o cara lá da Jovem Pan?\\\" Fico muito sem graça, por que quem me conhece sabe da minha simplicidade e que não ligo pra tudo isso que dizem. Essa “glamourização” extrema. Os produtores daqui, Pazinha, o Chapinha, sabem. Encho o saco deles direto e tal. Hoje, por ventura, no momento sou a voz padrão da rádio, mas amanhã pode ser outro e daí. Serei o mesmo e não me deslumbro com rádio. Hoje tenho uma noção legal do que é uma rádio, pois já estou no meio há algum tempo, não paga melhor infelizmente, mas tenho aprendido muito com a galera daqui.
 
Você citou o nome do Pazinha, que é o DJ do Na Balada Jovem Pan, como um cara que te ajudou e te ajuda até hoje aqui na rádio. Tem mais alguém que você queira lembrar, até por que alguns ficaram meio assim, quando você chegou pela indicação do seu pai, não é? (Risos)

(Risos) É, no começo teve muita gente que torcia a cara pra mim. Tinha muito, cara, e eu percebia isso. Hoje em dia, isso diminuiu bastante, por que aí perceberam quem eu era, o profissional que você é também. Mas no começo, você era tratado que nem moleque, os caras não ti respeitavam, achavam que você estava aqui pelo fato de ser o filho de quem você é. Meu pai é um locutor da rádio, se fosse um diretor ou dono, talvez ninguém ligasse tanto, mas meu pai é como eu, um funcionário como os outros e isso pode ter sido um agravante. Mas agora, se eu for citar o nome de todo mundo que me ajudou no rádio e meu deu vários toques ... mesmo involuntariamente, por que até o cara que você não gosta muito, as vezes ti ensina, ti ajuda também com alguma coisa e você aprende. Mas mesmo assim, eu tenho muita gente pra agradecer. Aqui no FM, Pazinha e Chapinha sonoplastas, me ensinaram bastante, Marcelo Eduardo, me ensinou muito também. Eu entrava no estúdio e ele me dizia o que eu tinha que fazer, como falar, Luis Augusto Alber que esteve aqui com a gente, Christovam Newmann que foi diretor aqui, todos esses caras, graças a Deus, eu sempre me dei bem com eles. Mudou a diretoria, mudou os coordenadores, mas eu sempre continuei e atendendo o pedido de todos. Os caras gostam e ouvindo as dicas que chegavam também, aproveitava. Isso é importante. Com alguns, eu gravo mais outros menos, por que o estilo da 2 é mais jovem, pra manter o espírito da molecada, mas sempre continuei gravando. Agora no AM cara, tem o David Roque, da Globo AM quando comecei, voz padrão da Jovem Pan AM hoje, um dos melhores locutores na minha opinião. Eu imitava ele no começo da minha carreira, ninguém sabe disso. (Risos) Um dia ele falou para o meu pai, pra eu ir lá na Globo que ele ia me dar uns toques bacanas. Eu fui e ele sentou do meu lado e me disse como fazer tudo. Putz, sempre que eu preciso ... Uma puta voz e que interpretação, o David tem! Antônio Freitas, Oliveira Junior, Franco Neto, Cyro César que já faleceu, José Luiz Menegatti sempre me deu força pra caramba. Tudo locutor do AM que eu tô citando. Meu pai, que eu não preciso nem falar, por que o meu pai é o que mais me enche o saco, mas é o que mais me ensina desde moleque. (Risos) Parece que passou rápido, faz tanto tempo, mas contando a história pra você, eu vejo que essa história é longa. Tudo muito comum, tão normal, mas já passei por um bocado de coisas e espero que outras mais venham por aí. Mas já passei por um monte.
 
Sempre que pode, você tem contato com o pessoal da antiga?

Então, da rádio Imaculada eu fui lá agora nesses tempos, não vi todo mundo que queria ter visto, mas vi uma galerinha que estava lá. Sempre tenho contato, as vezes. Converso com o pessoal embora muita gente, perdi o contato. Na rádio Imaculada um cara que me ensinou muito e a gente sempre produz junto, é o sonoplasta Ronaldo Puccini, Antônio Celso Pinelli diretor lá também, enfim, todo mundo lá. Se eu for fazer uma carta de agradecimento o dia que tiver que escrever um livro, eu tô ferrado. (Risos) A minha mãe, que sempre me ajudou, me ajuda bastante, me educou colocando pra estudar, um beijo pra ela, enfim, tem um monte de gente pra agradecer.
 
Quero que você deixe um conselho bacana pra galera que curte o site Tudo Rádio, que está começando agora e tem gostado do seu trabalho. Você que se tornou uma jovem referência para os novos que estão chegando nesse mundo nosso. Eu adianto, que em breve Leonardo Muller vai colocar os vídeos de seus trabalhos na web. Aguardem!

Cara, primeiro obrigado por aqueles que gostam do que eu faço, do meu trabalho. É despretensioso, mas no começo, não imaginava que tudo fosse acontecer assim. Não mesmo. Eu era um sonoplasta que brincava de aprender e quando eu entrei na Pan, eu era o cara mais assustado do mundo, por que olhava do meu lado, tinha Franco Neto, meu pai, Antônio Freitas ... então, a primeira coisa é gostar do que faz. Não adianta querer entrar no rádio pra se tornar famoso. Não funciona. Essa é a primeira coisa. Você tem que sentir que você pode ser um bom locutor, pode trabalhar em rádio, que você tem talento e afinidade com a coisa. Com a comunicação. Não adianta fazer curso. Não adianta ir lá na RádiOficina, no Senac. Desculpa se eu vou destruir um monte de sonho agora, mas é a verdade. Não basta você só gostar e achar bonito trabalhar no rádio. Eu acho muito bonito também ser piloto de F1, mas não tenho talento pra ser um. Acho muito bonito, o jeito que o Ronaldo joga bola, mas eu sou ruim jogando. O Ronaldo é um puta jogador, mas o Souza mesmo treinando, nunca vai ser um Ronaldo. Tudo é talento, gosto pela coisa e se você tem, vai atrás. Mas pra quem nasceu pra aquilo, é diferente. São coisas da vida que temos que descobrir; nossas melhores aptidões e talentos para o que nessa vida. Então, primeiro, tem que perseverar e aprender. Tem que treinar, ouvir os mais velhos, ouvir muito rádio, muitos locutores. Pegar um referencial ou referenciais que você goste e ir na linha dele. Meu estilo é esse. Não copiar, mas ter uma referência. Respeite os seus limites e trabalhe neles. Não adianta você não ter voz e querer ser um Walker Blaz e um Ferreira Martins. O bom de você ouvir esses caras, é a interpretação deles. Dá pra aprender muito. A nossa profissão requer ouvir muito. Não adianta sair só falando, você precisa saber o que está falando e como está falando. Outra coisa, é se gravar. Grave-se e ouça. Mesmo que esteja no ar. Grave-se no ar e ouça. Tem que tentar, se você gosta, tente. Comigo, as coisas foram um pouco diferentes do convencional. Eu posso dizer, que eu não sai pra tentar tanto assim. Bater na porta e tal. Meu pai me ajudou muito desde lá na rádio Imaculada. Mas fui estudando aprendendo e ouvindo muito até chegar aqui. Apesar de ser sortudo com isso, também não foi muito fácil pra mim. Tive que fazer a minha parte em outras emissoras e hoje ando com as minhas próprias pernas e meu pai se orgulha muito disso. De hoje eu não estar associado a ele e as pessoas me respeitarem pelo meu trabalho. Hoje não vivo na sombra do meu pai e isso é uma grande conquista pra mim. Lute pra conquistar o seu espaço e ser respeitado também. Seja persistente, mas não muito por que tem diretores que não gostam tanto assim que peguem no pé. (Risos) Mas batalhe por aquilo que você quer. Sempre haverá espaço para aquele que tem talento e amor por aquilo que faz. Sendo assim, o cara será reconhecido fácil.
 
2010 já está acabando, Leonardo e quais são os seus planos agora para 2011 que você possa falar? Eu sei que tem muita coisa que você não pode falar ainda ... mas ... (Risos)

Cara, na verdade assim, eu tenho que tentar manter o meu emprego aqui na Jovem Pan. (Risos) Tô brincando. 2010, foi um ano bom pra mim. Foi um ano bom e eu gostei. 2009 foi legal, mas 2010 foi melhor ainda e eu quero que 2011 seja igual ou melhor. Eu quero continuar trabalhando em rádio, quero treinar mais, estudar mais, no ano que vem tenho pensado em fazer novos cursos ligados a interpretação. Eu vou fazer. Teatro não, por que apesar de precisar, eu não gosto, já tentei, mas não dá. Quero melhorar e aperfeiçoar a minha interpretação e na área da locução. Por que ainda tem muita coisa pra mim. Não adianta achar que onde eu estou, tá lindo e tal que não funciona assim. Não é ganância, mas um objetivo de vida apenas e ser reconhecido por aquilo que eu faço e gosto demais de fazer.
 
Beleza! Qual seria o seu cartão de Natal para os leitores do Tudo Rádio, seus ouvintes, admiradores do seu trabalho e os colegas que nos acompanham também em outras emissoras?

Cara, normalmente são os radialistas que acessam o site, então eu desejo a todos que estão lendo, os internautas, que 2011 seja maravilhoso pra todo mundo. Saúde em primeiro lugar e paz que a gente está precisando muito e está difícil. Daí pra frente cara, muito sucesso na vida de todo mundo e sorte para todos os colegas de profissão e os ouvintes que gostam do site de vocês. Um abraço para o Daniel e toda equipe, pra você Rodrigo, que a gente está se conhecendo pessoalmente, veio lá de Uberaba para a festa de logo mais da revista, não é, aproveitou pra falar com a gente hoje aqui e que vamos almoçar juntos. (Risos) Obrigado pelo reconhecimento de todos vocês pela entrevista. Obrigado mesmo e dizer que eu estou muito feliz e que todos sejam realizados como eu estou hoje em dia naquilo que eu faço, que é rádio. Felicidades, saúde e paz e que a gente arrebente em 2011, que é o que vai acontecer.
 
Estamos encerrando a nossa última entrevista de 2010. Esse foi Leonardo Muller, direto dos estúdios suntuosos da rádio Jovem Pan aqui em São Paulo. Léo, mais uma vez, muito obrigado por ter no recebido aqui no seu trabalho pra falar um pouquinho de você e o rádio ...

Obrigado, o prazer foi meu, Rodrigo Tubaraum e ao site Tudo Rádio. Abraços a todos vocês. Quando precisar, estaremos aqui, é só dar um toque.
 
Em breve em 2011, novidades para você que acompanha as nossas entrevistas e informações do rádio no Brasil inteiro. Em nome de toda equipe Tudo Rádio, muito obrigado. Boas Festas a todos e Feliz Ano Novo.

 
Bate Bola Rápido

Eu sou: Indeciso
Mas poderia ser: Ainda tô decidindo ... (Risos)
Jovem Pan: Uma grande escola
Um fone: Pioneer
Um microfone: Neumann
Rádio: Jovem Pan ... (Risos)
Roberto Muller: Pai, espelho ...
Time do coração: Corinthians
Um amor: O rádio
Música especial: Fast Car - Tracy Chapman
Um arrependimento: Ter deixado de fazer muitas coisas que hoje fazem falta na minha vida ... e na minha carreira, ter acreditado mais em mim ...
Uma grande lembrança: Ah, são várias nesse tempo todo de rádio ... mas, lembro sempre muita coisa do começo, procuro não esquecer das raízes, e de como comecei ...
Um sonho: Muitos ... tantos que se misturam ...
Sou grata a: Todos que participam ou participaram da minha história, minha vida, principalmente minha família, mãe, pai ...
Seu Tuta: Uma gratidão imensa
Esporte: Futebol
Leonardo Muller by Leonardo Muller: Ainda tentando decifrar




Por Rodrigo Viriatto

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